MARCO ANTÔNIO BARROS DOS SANTOS JÚNIOR
24 de março de 1998. Dia em que todos os sentimentos “explodiram”
ao mesmo tempo em nossas vidas. Uma mistura de infinita felicidade, enorme
aflição, sensação de “perda de chão”...
Um único dia! Suficiente para o início de um amadurecimento repentino e
para o surgimento de um desejo louco de irmos à luta e, desde então, jamais
paramos de travar inúmeras batalhas diárias para conseguirmos cumprir nossa
missão. Missão que nos foi dada sem aviso prévio, sem prévia preparação. Mas
pra que aviso e preparação, se somente nas alegrias, desafios e conquistas do
dia a dia é que seríamos capazes de aprender a lição? E que lição! Lição de
amor, simplicidade, serenidade, cumplicidade, determinação, companheirismo,
(...), orgulho e paixão.
Muitas
pessoas podem perguntar: Como é possível que tantos sentimentos possam surgir
de um simples acontecimento, o nascimento? Aquilo que para muitos poderia
tratar-se apenas de mais um nascimento, para nós, significou a personificação
de um Presente de Deus. Um ser tão pequeno e aparentemente frágil, porém
incrivelmente guerreiro, que foi capaz de nos mostrar a cada amanhecer o quanto
tudo valia a pena, o quanto é possível vivermos plenamente cada dia como se
fosse o único de nossas vidas e, principalmente, o quanto é tão simples amar,
desprendidos de conceitos inúteis e preconceitos crueis.
Certamente,
nem tudo foi fácil. Muitas vezes encontramos em nossa trajetória pessoas com sentimentos
diversos, algumas com compaixão, outras com piedade e, até mesmo, algumas com
aversão. Não há como julgá-las ou culpá-las, pois elas não teriam realmente
como saber o quão maravilhoso era ter um ser tão Iluminado em nossas vidas, se,
infelizmente, não puderam ter a mesma experimentação.
Mas o
que ficou realmente perpetuado em nossas vidas foram os amigos de verdade, que
se animaram com as nossas conquistas e choraram com as nossas decepções. Amigos
que, despidos de inúmeras barreiras sociais, puderam desfrutar das alegrias de
poder conviver com um “serzinho” tão maravilhoso, amável, amigo, sincero,
meigo, solícito, inteiro, (...) e especial. Especial não apenas por uma simples
alteração genética, por um simples cromossomo a mais, mas sim por ter sido tão
capaz de entregar-se plenamente aos prazeres que a vida poderia proporcionar,
sem medo de ser feliz; feliz de verdade, com tanta intensidade.
Ele
simplesmente não teve definição; traduzia-se por si só; poderia ter sido apenas
o Marco Antônio, apenas mais uma vida, mais uma criança no mundo, mais uma
pessoa com deficiência. Entretanto, para todos aqueles que tiveram a
oportunidade de conhecê-lo, o prazer de desfrutar de sua presença e a
capacidade de amá-lo, temos certeza de que ele representou “O MARCO ANTÔNIO”,
“a vida”, “a criança”, “a pessoa”, o “ser humano”, no sentido mais pleno que
tais palavras possam ter, que fez toda a diferença e cumpriu com louvor a
missão a que veio destinado a fazer.
14 de março de 2012. Já não é mais possível desfrutarmos de tamanha experiência, doçura,
ternura, sensibilidade, alegria, magia, (...) e “sacanagem”, pois já não
podemos ter conosco seu cheiro, seu sorriso, seu abraço, seu carinho (...), sua
plenitude e todas as outras sensações maravilhosas que sua presença física nos
proporcionava. Entretanto, ainda nos resta a certeza de que teremos “nosso”
Anjo para sempre em nossas vidas, mas agora de maneira ainda mais Sublime,
Abençoada e Eterna. Um Anjo de tamanha bondade que não poderia mais ser suficiente
que continuasse iluminando apenas as nossas vidas, tendo em vista a enorme
magia, pureza, beleza, (...) e grandeza de sua alma.
Vá, meu
Anjo! Vá irradiar sua luz e bondade para o mundo todo.
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